quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
No Porto há uma nova loja dedicada ao graffiti

Chama-se Dedicated Store e abriu há três semanas, no Porto. É a primeira loja na cidade 100% dedicada ao graffiti e promete por isso ser um elixir da novidade

Texto de Ana Chaves • 04/01/2012 - 10:34

A Dedicated Store não é um conceito novo, mas existem apenas três lojas em todo o mundo. São lojas dedicadas, exclusivamente, ao graffiti. A primeira do grupo surgiu em Colónia, na Alemanha. Mais tarde, em Portugal, nasceu a Dedicated Lisboa e agora foi a vez da Rua de Cedofeita, no Porto, acolher a ideia.

Teresa Rafael falou ao P3 sobre a nova loja, da qual é dona em sociedade com Youth One (um dos fundadores do grupo Mundo Complexo). A Dedicated Store é uma loja que funciona como um negócio de amigos, sendo cada um dono da sua própria loja. Babak Soultani, “writer” (graffiter) da primeira geração do graffiti em Portugal e amigo de Youth One, foi o mentor da ideia.

Babak Soultani (Colónia), Rafi e Youth (Porto) e Ivan Roca (Lisboa)

Conceito proactivo
Porém, apesar de todas as lojas terem um conceito geral bastante idêntico entre si — a venda de objectos (latas, tintas, marcadores, autocolantes, etc) correlacionados com este tipo de “arte urbana” —, cada uma destas três lojas tem particularidades que as distinguem das outras duas.

A Dedicated Store é “uma loja proactiva na cidade onde se instala no sentido de promover os 'graffiters'" (explica Rafi, alcunha porque gosta de ser tratada a entrevistada). Rafi tem 30 anos e é Mestre em Arquitectura pela Universidade Lusíada do Porto.

Na Dedicated Store Porto prevê-se a organização de eventos todos os sábados, como exposições, concertos ou "workshops", fazem-se estampagens de peças de vestuário ou outro tipo de acessórios e pintam-se as designadas “walls of fame” (muros da fama). “As pessoas podem pedir-nos para pintarmos a parede da sala, do escritório, o carro, o que quiserem”, ressalva a jovem.
Falta de apoios
No Porto, “a autarquia ainda não está muito aberta a este género de expressão artística”. Lisboa, ao invés, tem a Galeria de Arte Urbana (a GAU), que conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e surgiu, precisamente, “para tornar as coisas mais legais”, prossegue.

Isto não significa que a expressão grafiteira "tag" ou "bombing" aumente. "Tag mais não é do que os riscos vândalos que vamos encontrando nas paredes das cidades". Rafi afirma que esta vertente do graffiti deve ser punida legalmente mas que, por outro lado, deviam existir murais disponíveis para o efeito.

A loja não é, ao contrário do que se possa pensar à priori, visitada apenas por pessoas ligadas ao graffiti: “Entram aqui pessoas de todas as idades!”. Uma lata, a título de exemplo, pode custar entre os três euros e dez cêntimos (a mais pequena) e os quatro euros (a maior).

in P3 - Público

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